Review do Royal Rumble

Bem é com falta de entusiasmo que hoje começo a escrever. Não vou dizer que esta foi uma má Rumble, pois não foi, mas como se diz por essa CWO, foi demasiado previsível o desfecho de uma noite previsivelmente mágica, mas que na sua própria impressibilidade ficou previsível. Não é confuso, para ficarem a saber mais leiam a minha análise no resto do post.

Bem, como vai sendo habitual nestas minhas Reviews, irei apresentar um sistema de classificação e um resumo moderadamente formal dos factos presentes em cada um dos combates, juntamente com a minha opinião pessoal. Então sem mais demoras ou introduções secantes, partamos nesta viagem no tempo para o dia 25/01/2009.


Jack Swagger derrotou Matt Hardy
0/10=6

Bem eu não resisti e “spollei” antes deste épico combate. E este foi talvez o combate aqui presente no card que não me provocou grande surpresa. Muitos questionam que este título esteja nas mãos de Swagger. A essas pessoas eu apenas pergunto: Andam a ver a mesmo WWE que eu? Depois de reinados enfadonhos (como os de Mark Henry por exemplo) este de Jack pode finalmente dar o mínimo de credibilidade a esta debilitada brand (se isso ainda for possível). Bem quanto ao combate, foi um combate normalmente técnico, com boas sequências de moves. No entanto foi notória já aquela expressão na cara de Matt, de que algo estava mal, de que nos vastos confins da sua mente algo estava errado, talvez fosse a sua falta de confiança? Não. Para quem viu em direito isso pode ter passado ao lado mas, quem viu mais tarde como eu, e já depois de saber a bomba da noite, reparou que naquela expressão havia algo mais do que nervosismo de estar a lutar contra um mais que promissor Wrestler. Não, a expressão de Matt revelava ódio, frustração e raiva, que se mostravam a cada golpe que desferia em Jack, os seus murros, os seus olhares. Matt esteve brilhante nesta noite nesse papel, e ninguém pode refutar isso. Bem o combate não primou pelo brilhantismo dos golpes, das sequências, nem sequer pela emoção. Mais uma vez a ECW adquiriu aquela faceta secundária de modo a dar um hype ao combate da SmackDown. Enfim…

Quanto aos golpes, Jack primou pela força e pela técnica (o habitual) e Matt um misto de raiva e golpes técnicos. Nem os habituais moves que tanto caracterizam os Hardys os safaram esta noite. Quero com isto dizer que mesmo quando Hardy determina altura do combate sobe ao canto, todos pensamos que viria o habitual Leg Drop. Não, ele ficou ali, suspenso, confuso, e no fim aplicar uma clothesline sem o mínimo de brilhantismo. No fim Swagger ataca Hardy no canto e aplica a sua demolidora Gutwrench Powerbomb. O combate acaba assim, sem grande brilhantismo, mas também de outra coisa não se esperava. Foi ideal ao que se viria a passar novamente nesta noite…


Melina derrotou Beth Phoenix (com Santino Marella)
0/10=5

Não me irei alongar muito neste combate, mas penso que devo realçar alguns aspectos. Em primeiro, com a storyline que se avinhava com a Rosa Mendez, penso que Beth ter perdido o título nesta altura foi uma decisão extremamente inconsciente por parte dos bookers da WWE. Isto porque a feud tinha todos os meios necessários para “cozinhar” um novo push dado nesta divisão feminina, visto que desde as trágicas perdas de Trish e Lita, esta divisão para além de perder em capacidades (ou deverei dizer atributos?) referentes à beleza, perdeu também em relação ao ânimo que esta divisão nos proporcionava. Agora os nosso humildes olhos limitavam-se a observa um plantel de talentosas (e maioritariamente belas) divas a “joobarem” para esta diva que destruía tudo e todas. Bem este push em Melina pode ser benéfico em dois campos: os nossos olhos serão novamente congratulados com a entrada que esta proporciona todos os Shows (obrigado Senhor, porque sois misericordioso), e pode dar de novo o ânimo que esta divisão carente, tão urgentemente necessita. Resultados? Com o tempo os veremos.
Quanto ao combate nada de especial. Gostei particular da manobra de reversão com a qual Melina venceu o combate (se lhe puséssemos uma mascara, diminuísse-mos o peito e mantivéssemos a altura, diria que tinha sido o Rey Mysterio). Que uma nova era nesta divisão se inicie.


John Cena derrotou John "Bradshaw" Layfield (com Shawn Michaels)
0/10=7

Desde já respondo: Sim, possivelmente esta nota está exagerada. Bem mas a verdade é que todos estávamos à espera de um combate de um combate entre dois wrestlers que Deus não abençoou com o dom das ringue-skills. No entanto, este combate teve emoção, suspanse, surpresa, e até umas boas sequências de força. Bem, a verdade é que todos estávamos na expectativa. Depois de todo o hype que ultimamente tem sido dado à storyline entre HBK e JBL, todos nos colocamos a nós mesmo algumas questões que poderão derivar de algum sentimento retórico: HBK participará na Royal Rumble? Como irá esta Storyline terminar? Irá JBL vencer o título? Se sim, será apenas de uma forma transitória, até que HBK se revolte contra toda esta situação e vença o ouro novamente? Bem a WWE fez o escuro favor de desvendar todos estes segredos nesta noite.

Esta storyline prometia, e deixava todos colados ao ecrã e de água na boca e… E a verdade é que saiu mais uma manobra para credibilizar o já mais que enfadonho reinado de Cena. Depois de tudo o que aconteceu, depois de todos os combates, especulações e desejos pessoais, parciais e imparciais, as nossas esperanças acabam degradadas com um F-U. Ups, peço desculpa o verdadeiro nome é “The Throwback” (ainda bem que a WWE fez estas alterações, é que a minha estimada mãe não me permite a utilização de palavrões, e também não quer que eu veja Wrestling porque é muito violento).

Ironias à parte, é notória a boa expectativa que este combate nos causou, e retirando os motivos supracitados, o combate excedeu claramente as minhas expectativas. As sequências foram mais livres, e o estilo de combate de JBL, que me faz compará-lo a uma rocha, até permitiu uma maior fluidez nos movimentos de John Cena que até uma e outra vez utilizou alguns movimentos que não constam no seu arsenal. O combate teve, como todos os combates pelo título, partes em que cada wrestler dominou respectivamente. Até que, por um feliz fado do destino, o arbitro cai para fora do ringue, e é ai que ambos os participantes deste combate se atacam com uma clothesline. Resultado: ambos ficam no chão fatigados, e é ai que HBK (com a que pode ter sido a última sua última Rumble, e depois da maneira como este a revolucionou ao longo dos anos), entra. Ao início todos esperávamos ver um Super kick em Cena, mas HBK acaba mesmo por aplicar este demolidor pontapé em JBL. Quando todo o publico e John Cena festeja, este último vai para cumprimentar HBK é ai que também este é presenteado com um Super kick. Depois, como o bom empregado que é, põe o braço de JBL em cima de Cena, proporcionando deste modo a cover. É então que Cena encara a faceta de “Super-homem”. Para além de se safar, ainda aplica um “The Throwback”e vence miraculosamente o combate. Não me irei alongar mais em comentários, apenas realçar o segmento entre HBK e The Undertaker no backstage (de relembrar uns spoillers para a Wrestlemania que circularam aqui há uns tempos).


Edge (com Chavo Guerrero) derrotou Jeff Hardy
0/10= 8

Caros leitores, apresento-vos a meu ver o combate da noite. Foi um bom combate a todos os níveis possíveis e imaginários. Não foi perfeito, bastante longe desse patamar celestial ainda se encontra este combate, no entanto teve aquele cariz especial capaz de prender qualquer fã, como nós, ao monitor do computador. Mal o combate se iniciou, e a par da reacção do irmão, Jeff trazia consigo uma expressão desoladora. Tristeza transbordava no seu olhar, e juntem isto à crescente frustração que Matt estava a sentir, e provavelmente chegarão ao acontecimento que fez o mundo parar, no fim deste combate. Ainda não chegaram lá? Ok então eu continuo. Bem o combate teve boas sequências de moves, surpresa, emoção, as mais loucas das manobras de Jeff, e os mais sujos golpes de Edge. Chegamos mesmo a ver o mais novo dos Hardy´s a saltar de uma escada para cima de uma mesa de comentadores, aplicando um espécie de Spash em Chavo Guerrero, que mais uma vez jobbou em prol de Edge. Tudo corria muito bem para Hardy. No início o combate Vickie havia anunciado que este seria um combate sem desqualificações. Dado algum tempo, Jeff domina inteiramente o combate, até que por um triste facto do destino, o seu irmão aparece no ringue. Não vou estar aqui com explicações secantes sobre manobras e reversões, pois não quero que esta minha Review caia num ciclo vicioso. Apenas quero tentar transmitir por palavras o que as pessoas que acompanharam em directo este evento devem ter sentido, quando viram o irmão mais velho a atacar o irmão mais novo. É que aquilo que parecia uma ajuda vital para a retenção de um título, veio a tornar-se o início para uma (possivelmente) das melhores feuds do ano. Matt implacavelmente aplicou uma cadeirada no seu irmão, o que levou ao choque total da arena. Por momentos parecia que estávamos num ambiente de guerra-fria, tudo olhava para ambos os lados na esperança que esta ténue espera seria recompensada com uma cadeira de Matt em Edge também. Mas não, ainda no seu estado sádico, Matt olhou para a cara aterrorizada de Edge, com um tom acentuado de desprezo, e no seu olhar frio transmitiu a informação: Acaba lá com isto. O derradeiro oportunista assim o fez e vence o glorioso título mais uma vez. E agora tudo se resume aos Hardy´s…


Randy Orton venceu o Royal Rumble
0/10 = 8

O silêncio invade a arena, todos esperam pelo início do místico combate, mas esse toque místico na passou de uma falácia do próprio misticismo. Não quero com isto dizer que não foi um bom combate, pois isso foi. Sim teve um grande vencedor, e sim teve algumas (poucas) surpresas. Mas é notório a lacuna sentimental que este Royal Rumble Match deixou em cada um de nós. Todos esperávamos ver Orton vencer, venceu. Óptimo feito. Todos ansiávamos, como vampiros por sangue, pelo domínio dos Legacy. Aconteceu! Mas a verdade e que estávamos todos suspirantes por uma Rumble como a de 2007, por um final como aquele que nos havia sido proporcionado por Undertaker e HBK. E assim, levamos nestas proféticas esperanças, acabámos por cair num mínimo (mas mesmo assim existente) sentimento de desconsolo. A verdade é que estabeleceram-se recordes (Santino Marella conseguiu aguartar-se um segundo no ringue, o que não é nada mau, lutadores como HBK nem sequer lutaram). A verdade é que, nem que seja por uma noite, RVD voltou e com ele a magia do extremo pairou de novo no ringue. A verdade é que as habituais performances de Kane em eliminar sempre um grande número de wrestlers se mantiveram. A surpresa foi que, não sei se pela previsibilidades, se por outro qualquer factor (ajudem-me neste ponto) esta Rumble não empolgou tanto. Bem, no entanto não deixou de ser aquele magnífico combate que uma vez por ano nos leva a bradar levianas suscitações e aspirações ao céu. Aconteceu o que tinha de acontecer. O mais forte domina e sobrevive. O Legado ergue-se finalmente e mostra a sua supremacia. E deste modo temos Orton a vencer depois de eliminar Triple H, numa queda do estereótipo de dominó, com os dois membros mais promissores deste indústria a “sacrificaram-se” para que o seu Messias vencesse o combate. Orton venceu o combate, muito graças ao legado que actuou como um “um”, permitindo a subsistência da vitória final. Palavras, por muito bem que as redija, não conseguiram mostrar a boa qualidade que este combate, e que não o viu, que veja e que se arrependa por o ver já tão tarde.

Assim esta Rumble escapa daqui com uma nota final de 7, o que não deixa de ser uma excelente nota, no entanto refiro mais uma enfadonha vez que esperava mais. Espero Surpresas para o No Way Out e, e espero voltar a ver-vos dentro em breve numa nova Preview.

Desejo então uma boa semana a todos! (E obrigado ao King por toda a ajuda :D)

Knuckles.