Cedido pelo Luta Livre: Entrevista com Bob Júnior

Na continuação do post temos uma entrevista feita pelo Luta Livre ao Bob Júnior, dono e presidente da BWF. Obrigado ao blog por ceder o artigo e leiam, porque é algo super interessante sobre a luta brasileira.

A entrevista na continuação do post.

"Luta Livre: Primeiramente, quero dizer que é uma ENORME honra conversar com você, Bob.
Bob Jr.: A honra é toda minha, pois é muito bom conversar com quem gosta e trabalha com a luta livre.

LL: Onde a BWF vai estar nos próximos dias e o que podemos esperar dos shows?
B: Este ano de 2009 promete ser muito bom, pois além dos shows anuais que fazemos por todo interior e capital de São Paulo, também estamos brigando por um horário em uma emissora de TV em rede nacional, embora já fechamos com uma emissora para transmitir para São Paulo à partir de fevereiro. Também continuaremos com o BWF Combate pela AllTV e muitas novidades estão para acontecer, pode esperar.

Vamos às perguntas!

LL: Como foi entrar para o ramo da Luta-Livre? Quais foram as maiores dificuldades?
B: Entrei muito cedo, tinha apenas 6 anos, portanto as dificuldades foram aparecendo ao longo de todos estes anos, e aparecem até hoje.
Uma das dificuldades que me ajudou muito foram as lutas em circos, onde realmente aprendi muito. Os ringues eram improvisados, muitas lesões e falta de estrutura, mas era maravilhoso. Agora a dificuldade que mais me marcou foram as cirurgias nos joelhos. O retorno aos ringues foi muito difícil, mas voltei e hoje me sinto muito melhor do que antes.

LL: Ter um pai lutador influenciou você a ser lutador também, houve algum tipo de pressão para que você se tornasse lutador, foi por obrigação, ou você sempre quis lutar?
B: Como citei antes, descobri que meu pai era lutador muito cedo, e lógico que foi uma das maiores influencias, mas nunca fui pressionado, a luta livre já nasce no sangue. Acho que meu pai sempre quis que eu fosse um lutador, mas me deixou à vontade para optar.

LL: Quem foi que você teve mais dificuldade para lutar e por quê?
B: Ao longo de minha carreira tive que enfrentar centenas de lutadores, a maioria grandes profissionais, mas os que dificultam são os que sobem ao ringue por dinheiro ou vaidade, não treinam e não se preocupam com a luta. Verdadeiros amadores.

LL: Quais são seus lutadores favoritos tanto no Brasil quanto fora?
B: No Brasil são Brasão, Bob Léo, Aquiles, Homem Montanha, Indio Comanche, Sancho Pança, Filho do Sol, Indio Bugre e Mister Argentina. De fora, Shawn Michaels, Ric Flair, Bruno Sammartino,Killer Kowalski, The Rock e Undertaker.

LL: Qual a sua opinião em relação ao Wrestling fora do Brasil? Você não acha que devem ser trazidas influências, novos golpes, novos estilos de lutar de outros lugares, de forma que inove a luta-livre brasileira?
B: Se você conhecer o projeto BWF vai notar que sou totalmente a favor das mudanças na luta livre, mas devemos manter a essência da nossa luta livre que é fantástica.


LL: Quais foram os pontos positivos e negativos da vinda da WWE ao Brasil para a BWF?
B: Foram muitos os pontos positivos. De certa forma eles abriram os olhos do publico para a luta livre, pois eles agregaram varias faixas etárias e econômicas, e através disso todos passaram a prestar mais atenção em nossa luta livre, muitas vezes até para comparar com a WWE. Mas resumindo, foi muito bom para nós que amamos a luta livre.
O ponto negativo é que caiu em mãos erradas aqui no Brasil.

LL: Você acha que existe preconceito das pessoas com a luta-livre nacional?Acha que o povo valoriza o que vem de fora mas não gosta do que é daqui?
B: Como respondi antes, a maioria quer comparar. Há sim preconceito, uma minoria, mas há, e sabendo que há uma diferença de estrutura muito grande, os nossos lutadores são verdadeiros heróis.

LL: Você já lutou fora do Brasil ou teve convite para lutar?
B: Sim, já estive no Paraguai, Uruguai e Argentina.

LL: Recentemente a WWE assinou um contrato com o brasileiro Kafu, que já lutava no exterior há algum tempo. Você conhece ele? O que pode falar sobre ele para nós? Por que ele teve essa chance e muitos outros que lutam aqui não?
B: O Kafu é um grande lutador de vale tudo, é muito bom em artes marciais. Aprendeu a luta livre com o mestre Davi, e foi para fora lutar vale tudo, e lá encontrou alguém que o ajudou a chegar na WWE. Ele merece, é um grande lutador.

LL: Você não acha que o fato de direcionar as lutas muitas vezes a comédia, ter juizes e personagens fantasiosos, contribui com o fato de chamarem a luta-livre de "marmelada"? O produto não devia ser remodelado, algo mais novo, mais focado no Wrestling, na luta em si e menos em fatores cômicos?
B: Tenho certeza que foi isso que contribui para denegrirem a luta livre, e os próprios culpados são alguns lutadores e empresários que se submetem ao ridículo por dinheiro.
Em relação a remodelar a luta livre, já te falei que é esse o projeto BWF.

LL: Dá Pra viver de Luta-Livre atualmente no Brasil?
B: Eu vivo, mas é muito difícil.

LL: Antigamente, Wrestling era algo que atraía grande público era sucesso no Brasil, tanto que Telecatch, o Wrestling na TV em si, começou aqui no Brasil antes de outros países. Sempre foi dito que lutadores viviam só de Lutas e que tinham muitos funcionários contratados, que era um grande negócio. Por quê hoje esse "status" desapareceu e é tão difícil de recuperarmos?
B: É verdade, eu tive o prazer de viver uma destas épocas, era maravilhoso. E como já falei antes, os culpados por isso acabar são alguns lutadores e empresários que só pensam neles próprios. Mas tenho certeza que vamos recuperar a nossa luta livre.

LL: As regras (ou a falta delas) na luta-livre brasileira são coisas que confundem muito os fãs que começaram vendo WWE, TNA, ROH, etc. Fora que dá um aspecto ainda mais "falso" à luta, com o Juiz sempre sendo "malvado" e aparecendo mais que os lutadores, e os finais até diria "broxantes" como nocautes, ou juiz interrompendo ou contagem sem mesmo haver cobertura. Você não acha que está na hora de atualizar as regras, adaptar a um padrão internacional e mais sério?
B: Não quero ser repetitivo, mas no projeto BWF temos regras, juízes neutros, finais positivos, lutas diferenciadas. Vai ser uma grande mudança.

LL: Por que o projeto de um programa de TV com a Gazeta desandou e ainda há negociações com eles ou alguma rede de TV?
B: Sim, ainda há uma negociação com a Gazeta. O único problema são os patrocinadores que está bem difícil, mas vamos conseguir.

LL: A pergunta que todos fazem: vocês estão com alguma academia para treinamentos atualmente?
B: Pretendemos inaugurar um centro de treinamento junto com o programa no início de fevereiro.

Obrigado pelas respostas,e agora vamos a algumas perguntas de nossos leitores.

Diego Silva: Não está na hora de renovar, colocar uma nova geração pra lutar, novos estilos e personagens e tirar as "múmias" da luta-livre brasileira?
B: Olá Diego. Acho que uma renovação é necessária, e isto já esta acontecendo, temos muitos talentos novos na luta livre, como por exemplo o Sonic, Cachorrão e Vira-Lata, Brutus, Xandão, Tony Smith, mas não podemos virar as costas para quem fez a luta livre chegar até aqui.

Potter: Supomos que um rapaz resolve ingressar na BWF, se destaca, ganha um certo 'futuro' dentro do wrestling, ou seja, é constatado que ele leva jeito para o esporte. Dentro dos parâmetros da BWF, qual seria a projeção que o rapaz ganharia no mundo do wrestling ?
B: Fala Potter, tudo bem? Muito boa sua pergunta! Se nós conseguirmos colocar em prática o que pretendemos com a luta livre, pode ter certeza que este rapaz se tornará um dos maiores astros da TV brasileira.

Jeferson Paganella: Bob Jr., o que tu acha do interesse do Michel Serdan na “nadadora” Rebeca Gusmão? Ela teria futuro na BWF por exemplo? Ou contaria mais como “Jogada de marketing” pra alavancar ainda mais a Luta-Livre no Brasil?
B: Oi Jeferson. Chance na BWF qualquer um que gosta de luta livre tem, mas não acho que seja o caso da Rebeca, acho que seria mais uma jogada de marketing.

Nogueira: Você considera que lutadores antigos, como o Serdan e o seu próprio pai, Bob Léo, foram responsáveis pela luta livre ser tão sucateada no Brasil?
B: Boa, grande pergunta Nogueira! Acho que sim, e tiveram muitos outros responsáveis. Pode ter certeza que está muito difícil resgatar a luta livre, porque alguns ainda tem a mentalidade fechada, de 30 anos atrás. Sem contar o ego de alguns que nunca muda.

Flavio: Bob Jr, você acha importante a BWF ter uma cara mais nacional e um estilo próprio? Se sim, não acha que o nome deveria ser mudado para algo em português?
B: Olá Flávio. A BWF é a velha luta livre de cara nova, mas tenha certeza que tem um estilo diferenciado de o que você já viu. E aguarde que o nome do programa é bem nacional, a BWF é apenas a organizadora deste projeto.

Diego: Bob Jr, vcs fazem shows beneficentes? Há uma possibilidade de shows voltados para o 3º Setor (entidades filantrópicas)? Deixo aqui o site para conhecerem melhor a instituição em que atuo: www.cajec.org.br
B: Diego, estamos voltados à qualquer tipo de ajuda, queremos ajudar quem precisa e levar alegria ao público. Entre em contato comigo para fazermos uma parceria. Pode contar com a BWF.

LL: Bob Jr, mande seu recado para os fãs da luta-livre nacional.
B: Vocês não sabem como é gratificante estar conversando com vocês, o quanto me faz bem saber que ainda tem muita gente gostando de o que faço. Precisamos de cada um de vocês para levar a luta livre adiante.

LL: Bem, muito obrigado pela entrevista, por ceder um pouco de seu tempo respondendo nossas perguntas, e novamente, foi uma honra te entrevistar.
B: O prazer foi todo meu, e obrigado pelo espaço e perguntas tão oportunas. Contem sempre comigo."

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IMENSO AGRADECIMENTO AO LUTA LIVRE!

10 Comentários "Cedido pelo Luta Livre: Entrevista com Bob Júnior"

  1. Otima entrevista, esse ano promete!

  2. Promete mesmo, e torço para que a BWF cresça.

  3. Uoou, Grande Entrevistado. Muito Bom saber que a Luta livre Brasileira está evoluindo a cada dia, e pessoas como Bob Jr estão visando sua melhoria
    Grande Entrevista...

    Parabéns a quem fez a entrevista, muito esclarecedora.. E parabéns ao bob Jr e a BWF. Uuuhu

    Abs

  4. Muito boa a entrevista.

    Tomara que a BWF de audiencia e chegue para todo o Brasil.

    BWF Rules!!!

  5. A BWF é o projeto que me parece mais sólido (dentre os que eu vi até hoje) no cenário da luta livre brasileira. Justamente por tentar dar o ar sério a coisa, e pela consciência de que não há nada de errado em buscar influência no que fez sucesso no estrangeiro (Sem, é claro, perder as características da luta brasileira).

    Mas espero mesmo que as lendas da luta-livre nacional, como Caipira Dom Afonso, Mozart, Kid Abelha não fiquem de fora. Existe espaço para todos, desde os mais novos até os mais antigos. E como o próprio Sonic disse em sua entrevista, os antigos tem um "tato" especial pra coisa.

    Parabéns pela entrevista!

  6. otima entrevista,eu queria q pazsase nobrasil todo ou q alguem de outro estado do brasil possa regressar no esporte,eu tenho 13 anos,amo esse site e pretendo regreçar qualquer coisa comuniquem top.west@hotmail.com

    FALOW de DN junior

  7. Ahe...
    finalmente o primeiro blog que comecei a participar esta se reerguendo de novo, depois de uns periodos "negros"
    Exelente entrevista, falando em marketing essa entrevista levou o Luta-Livre para todos outros blogs hehe!

    Eu acredito nas mudanças afinal...eu mesmo fiz desenhos de personagens a pedido do Igor...

  8. Paul London vai voltar awwe,ele e o lutador q eu mais admiro,eu li umas noticias q ele ia para TNA interpretar suicide,e verdadeida essa noticia

    FALOW de DN junior adoro esse blog

  9. Nossa... realmente kra de respeito, n estrelinhas como se tem por ai...

    tomara q o pessoal da BWF consiga um programa de TV, e q se popularise, pois abriria mtas portas, principalmente para mim q amo Wresling, mas n tem onde treina na minha cidade :(

    "eu li umas noticias q ele ia para TNA interpretar suicide,e verdadeida essa noticia"

    nossa kra ta atrasado eim uhahuahuahu suicidal ja esta aparecendo faz qse 1 mês XD

  10. Nooosssaa

    Ótima entrevista

    o Bob Léo esta dando um ar mais serio pro wrestling nacional e pareçe estar com projetos sólidos

    Seria ótimo se a BWF cresceçe e as pessoas parassem com essa mania de rejeitar o wrestling chamar de marmelada rir da cara da gente quando a a gente fala que gosta e blah blah blah

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