Nothing of Big Grows up suddenly: This is Wrestling!

Luta Livre Brasileira “O Renascimento é Possível?”



Saudações amigos do blog , voltamos mais uma vez com a coluna NGBS e agora, à brasileirinha, vamos discutir sobre a luta livre no Brasil e procurar concluir o porquê de nossa luta livre ter praticamente desaparecido, e claro procurar soluções para que possamos a reerguer e fazê-la ser um orgulho para os fãs de wrestling brasileiros. Espero por você na continuação do post, quem sabe a revolução não começa por aqui?


Pois bem, eis um assunto importante, de interesse de nossa pátria, como um esporte que tanto gostamos e procuramos sempre acompanhar tem que ser importado? Porque não podemos fazer que a luta livre brasileira seja intensamente uma realidade no país? Seria falta de lutadores? Falta de estrutura? Falta de apoio financeiro e moral?

A luta livre brasileira era um sucesso no país principalmente nos anos 60 e 70 e hoje apenas ficou na história, claro que não vivenciei essa época na pele, verificando a cronologia pegando de exemplo Ted Boy Marino, o programa Tele Catch e até mesmo posteriormente o Super Catch, cuja história comentamos um pouco no ultimo artigo. O interessante é que a luta livre brasileira tinha um pouco do estilo de “lucha livre” típica do México. Há ainda especulações de que a primeira luta valendo o cinturão da então WWWF (World-Wide Wrestling Federation) aconteceu no Rio de Janeiro no dia 17 de Maio de 1963, entre o primeiro "Nature Boy" Buddy e Antonino Rocca.

A partir dos anos 80, a luta livre brasileira começara a cair de rendimento, muitas pessoas pensavam que a luta livre brasileira era “real” no quesito de golpes, e era notável perceber que muitos dos lutadores da época faziam questão de aparecer em programas de televisão dizendo que tudo era teatro, combinado, fazendo alusão a circo, e claro, a maioria dos simpatizantes não encararia bem essa realidade de que a luta livre brasileira significa para muitos lutadores “meninos grandes brincando de lutinha”.

Michel Serdan e os Gigantes do Ringue



Talvez a principal academia de luta livre brasileira da história recente anos 90/00, me lembro de alguns lutadores que tinham potencial como Motoqueiro Falcão, por exemplo, entretanto as lutas eram basicamente “tesoura, tesoura, drap, tesoura” e separada por rounds, havia uma certa despreparação por parte do rosto que realizava os shows, pois nem de longe poderia se comparar ao palco americano e mexicano. Faltava também maior seriedade no trabalho, exemplo disso é ser analisarmos os gimmicks (personagens interpretados) que muitas das vezes pode se considerar bastante infantil, fora que não havia investimentos precisos da emissora que o transmitia, enfim, foi um projeto a meu ver mal administrado e que colaborou com a imagem irônica da luta livre brasileira.



Michel Serdan que é um dos nomes se não for o maior nome em questão de ser conhecido no Brasil como um representante da luta livre, o “Hulk Hogan Brasileiro” deu também uma grande colaboração para a ruim imagem da luta livre brasileira de hoje, enfim, posso compreender que suas intenções de promover a luta brasileira poderiam ser boas, mas enfim, não soube conduzir o projeto com eficiência e não representou bem o esporte.

Vejamos alguns pequenos exemplos disso acompanhando trechos de sua entrevista em 2006 ao omelete.com.br confirmando um pouco sobre o que eu disse acima:

(o) Você que encontra os lutadores ou os lutadores encontram vocês?

Serdan - Olha, no começo eu estava indo atrás dos lutadores. Aí comecei a pedir para que os lutadores trouxessem mais atletas que quisessem fazer luta livre. Isso porque todo mundo treina em alguma academia de musculação, e alguns são donos, como é o caso do Denílson, do Juarez e vários outros. É assim que funciona. Mas eu também vou atrás. Eu ando na rua, vejo um cara grande, forte e diferente e disparo: "Ei bicho, quer fazer luta livre?"

o) Quanto tempo vocês treinam para chegar aqui e fazer essa luta? O pré-requisito então é ser forte, ágil...

Serdan - Exatamente, isso é o que interessa. Não precisa nem ser tão bom lutador. Se ele tem um bom físico, a gente transforma.
Serdan - Hoje, tudo é visual. Tá cheio de velhos bons lutadores por aí, mas hoje estamos montando a nova geração. Hoje eu aposto no corpo, no visual. Tem muitos que aparecem na minha academia dizendo: "Eu sou mestre disso, mestre daquilo, mestre de não sei o que lá..." Não tem corpo? Eu não quero nem saber do que que ele é mestre. Não interessa! Quando eu encontrei o Sargento Castelão foi assim:
- Pô bicho, quer fazer luta livre?
- Eu?! Nunca fiz luta livre!
- O que você faz?
- Eu sou ator!
- É isso mesmo que eu quero.
Tem tamanho, tem corpo, tem tudo, o resto a gente faz.

(o) E um cara que tá assistindo ao Gigantes do Ringue que quer ser lutador. O que ele tem que fazer?

Serdan - Ele tem que ligar para mim e eu faço as perguntas básicas. Se ele tem uma média de 1,80m, se ele é fisiculturista há no mínimo cinco anos, se tem o corpo sarado, bem trabalhado e pesa de 90 a 100 kg. Se não tem, então sai logo. Se tem, então vai na minha academia, me procura que de terça feira eu sempre faço testes.

Nesses argumentos acima, percebemos o desmerecimento a lutadores criuserweight e a despreocupação com a técnica. O mesmo deveria assistir alguns combates da CZW e ROH para entender que fisiculturismo não é tudo, que o wrestling possuí essência, e que é preciso ter amor pelo que faz para que haja uma harmonia, e não sair pensando que qualquer um pode o faze-lo , podemos perceber também que até na WWE essa mentalidade fisiculturista costuma a prejudicar um pouco o trabalho, e acaba por ser então notável observar o porque das lutas livres brasileiras deverem muito comparado a americana e mexicana, só ver o modo de como são selecionados os lutadores...É lamentável em parte ler isso, Gigantes do Ringue não precisava e nem precisa ser movido dessa forma, entretanto, desacredito em uma mudança nesse sistema.

BWF “Brazilian Wrestling Federation”




Acredito que atualmente seja a federação brasileira que mais leva o esporte a sério, não há o errado preconceito contra lutadores criuserweight,,é conduzida pelo veterano brasileiro Bob Léo, trabalham em um projeto de estruturação do ringue e cenários mas contam com a dificuldade de não ter patrocínios fortes. È uma federação que está desenvolvendo as questões técnicas, mas já se diferencia por buscar seguir um pouco o padrão de lutas americanas, mas recuperando aos poucos a tradicionalidade brasileira, é um projeto que pode dar certo sendo bem orientado, e claro com investimentos, acredito que se a WWE der certo no Brasil , a BWF poderá tirar proveito disso demonstrando o trabalho e novamente nacionalizar o esporte que admiramos, resta aguardar, este é um caso de longo prazo.

Problemas e Soluções

Depois das desilusões criadas por irresponsáveis que não souberam ser exemplos sobre o que é a luta livre, hoje a mesma é tratada como uma brincadeira no cenário nacional. O preconceito contra esse esporte é grande, e o principal argumento é que isso tudo é ensaiado. Convenhamos, sabemos bem que a luta livre é pré determinada e não ensaiada, um profissional se prepara treinando os fundamentos para que na hora do combate possam ser realizados os movimentos com perfeição, como aplicar, reagir, a que momento interagir com o publico etc. Acredito que alguém que assista filme ou novela foge um pouco da realidade e vê um programa que personifica geralmente a perfeição, e não vejo mal nisso. Por mais que possa haver incentivos empresariais, publicidade etc que são necessários, se não houver o amadurecimento do público a luta livre brasileira não voltará a ter a essência que tinha, o que nos resta fazer é ter muita paciência, mostrar ao Brasil o que a luta livre é além do potencial a desenvolver que é muito grande, basta que dessa vez seja orientada por pessoas certas para que aconteça uma verdadeira revolução nesse caso que por muitos é considerado praticamente perdido.

Eis aqui uma pergunta importante a fazer pra vocês. Alguns dos leitores acredita em uma renovação da luta livre brasileira? Atualmente ela significa algo para vocês?

A resposta dos leitores sem dúvidas, podem ser argumentos explicativos sobre o rumo da luta livre brasileira.