Jack-O-Mania X

Depois de algumas semanas impossibilitado de escrever, The Grandaddy of Them All, a Jack-O-Mania volta. Polêmica, atual, controversa, mas sempre informativa!

Confira conosco na continuação do post e deixe seu recado, seja comentário, sugestão ou críticas!

A partir de agora, colocarei em cada "Jack-O-Mania" um pequeno informe do que aconteceu na WrestleMania referente, até chegar a Jack-O-Mania XXIV.

Aconteceu na WrestleMania X:

Yokozuna, atual WWF Champion, precisou defender o cinturão duas vezes: uma contra Lex Luger e outra contra Bret Hart, devido ao fato que o Royal Rumble de 1994 teve dois campeões: Luger e Hart! Yokozuna venceu Lex Luger e reteve o título, mas perdeu o mesmo mais tarde, enfrentando Bret Hart que, na mesma noite, havia perdido um combate contra seu irmão Owen.




Não são poucos os que falam mal de Batista e John Cena. Em épocas onde um dos dois está confundido é que vemos até onde pode chegar a crueldade dos fãs em seus julgamentos precipitados. Soa absurdo, mas é verdade: Existe gente torcendo para que a cirurgia dê errado e para que Cena nunca mais suba em um ringue. Mas não é sobre John Cena que falaremos aqui hoje: O Chain Gang Commander será apenas nosso exemplo.

Costumo dizer que o bom wrestling é uma mistura de boa imagem/ação, por conseqüência, o bom combatente é uma mistura de um bom lutador com um grande ator. Não tenho dúvidas em dizer que não vejo Cena como um excelente lutador, como Bret Hart, nem mesmo um grande “ator” como The Rock, mas Cena tem uma coisa que me chama muita atenção: Paixão.

Reparem comigo. Quando Cena entra no ringue, fica muito claro que pra ele, por mais rotineiro que seja, aquele não é só mais um momento de trabalhar e fazer grana. Dá pra sentir a alegria dele em fazer parte de tudo isso e em suas palavras, nas suas promos que nem sempre são as melhores, sempre sobressai a dedicação de Cena, e isso não deve ser levado em consideração?

Em minha opinião, quando se mistura boa capacidade de combate, com carisma, mesmo que não seja em níveis lendários, adicionados a paixão, a seriedade e o comprometimento com o que se está fazendo, não tem como o lutador não se tornar um dos maiores nomes da companhia.

A resposta para perguntas que tantos se fazem: "Porquê Cena é tão valorizado, se ele não chega aos pés do The Rock?". A resposta é: Ele é valorizado porque merece. Leva muito a sério e faz um belo trabalho, mesmo com suas limitações.

O mesmo já não digo de Batista, por exemplo. Batista possui uma imagem muito boa para combates (afinal, se falamos de violência e força, nada como alguém musculoso aquele ponto), porém o que dizer sobre seu comprometimento com o Wrestling? Batista não é chamado de Botchista a toa não é (Para você que não conhece, “Botch” é quando um lutador executa um movimento de maneira errada, certamente se machucando ou machucando outro lutador por isso)? A lesão de Cena vem justamente de um “botch” de Batista.

Não que eu não goste de Batista, consigo ver muitas lutas boas dele e até torcer por ele, mas não é todo dia que Batista leva o esporte-entretenimento a sério. Durante quantas promos que pediam momentos sérios, Batista caiu no riso em frente as câmeras?

Reparem a diferença entre o Batista do RAW e o Batista do SmackDown. Enquanto estava no SmackDown, sem ser um lutador chave na Storyline principal, Batista ficou apagado, sem se preocupar com nada, apenas fazendo combates aleatórios e rindo em promos altamente sérias, como as da lesão fingida de Shawn Michaels. Desmotivado totalmente. Já no RAW, chegou como o grande trunfo e sendo um dos principais nomes da brand com excelentes combates e atuações. Isso tudo me leva a crer que apesar das excelentes habilidades, em Batista falta a paixão que sobra em John Cena.

Sinceramente falando: Não existe nada mais apaixonante do que observar o Wrestling Nacional, lutando para ficar vivo.



É verdade que a luta livre nacional está longe de ter a imagem e som, até mesmo das federações indies americanas, quanto mais das já consagradas TNA e WWE, mas ao olhar o Wrestling nacional por detrás das câmeras e entender como ele funciona, não tem como ser fã de wrestling e não se emocionar.

As vezes paro e penso em Dwayne Johnson, conhecido como The Rock, o tão adorado ex-wrestler e atual ator. The Rock, ou melhor, Dwayne Johnson (que não quer mais ser chamado de The Rock), declarou que não sobe mais aos ringues pois é muito desgastante para o corpo e consegue muito mais dinheiro nos filmes, onde não se machuca, do que no Wrestling, onde precisa se dedicar pra valer. Aí penso em caras como Nino Mercury.

Nino Mercury lutou na época de ouro da luta-livre nacional, quando Ted Boy Marino e Bob Léo eram como Pelé e Eder Jofre. Naquela época, onde o dinheiro para o lutador era interessante mas a infra-estrutura já era precária, houve um combate em que a corda rompeu e Nino Mercuy “passou direto”, caindo de cabeça no chão. Foi levado ao hospital, no caminho do hospital, não foi acomodado direito na ambulância e quando o carro passou em uma curva mais fechada: a maca caiu da ambulância! Uma vez vi, via tape, um combate de Nino Mercury com outra lenda: Aquiles, o matador! Aquiles era um heel brasileiro com uma técnica de blading muito interessante: Para fazer o lutador adversário sangrar, ele abria um rasgo na testa alheia com os próprios dentes! Imaginem que situação, permitir dentadas até sua testa sangrar, nada agradável certo?

A era de ouro passou e nosso Nino Mercury teve que procurar novas formas de se sustentar. Aos 59 anos, ele é gerente bancário aposentado. Ganhando seu salário, sem se machucar, como diz The Rock, Nino se aposentou dos ringues, certo? Errado. Até os dias atuais, Nino ainda sobe no ringue e treina novos lutadores para passar a tradição da luta-livre no solo nacional.

Hoje olho a luta-livre nacional e não enxergo nada além de paixão. Se compararmos as grandes federações, ou até mesmo as indies, veremos que a luta-livre nacional passa longe da infra-estrutura adequada:
- Ao invés de ginásios, as lutas são geralmente em escolas.
- Os ringues, fabricados aqui mesmo por lutadores, são de material bem inferior aos utilizados na WWE.
- Fogos, aparelho de som, titantron? Realmente não dá.

Mas quando imagino a epopéia vivida por cada um dos entusiastas para passar esses mais de 10 anos fora do sucesso e manter a luta-livre viva através do próprio esforço, não vejo nada além de uma paixão incondicional sobre o esporte.

E nem só de paixão vive a luta livre nacional. Hoje é o amanhecer de um novo dia, para o sonho da tradição chegar ao topo novamente.

Esses heróis que participaram de gerações passadas e lutaram para manter viva a chama da luta-livre, hoje inspiram e treinam jovens que estão dispostos a levar adiante a bandeira do esporte que somos apaixonados.

Vejo federações como a BWF, se organizando, se unindo com outras federações e fazendo shows de qualidade. Vejo lutadores como o Dragão Branco Ninja, ex-professor de caratê que mescla Wrestling com as técnicas aprendidas nas artes-marciais, vejo o próprio Sonic da BWF aplicando Hurricanranas e outros golpes de influência mexicana, sem nunca ter treinado com um lutador do México e é claro, cenas fortes como o eterno Mozart explodindo cadeiras nas costas de Bob Jr ou Kid Abelha aplicando "Anjo" de 5m de altura, a lá Jeff Hardy! São os lutadores brasileiros se organizando, trocando experiências, buscando no wrestling mundial novas técnicas e dinâmicas, fazendo shows mais organizados e atualizados: é a luta livre ressurgindo!

É fato que a BWF hoje ainda não conta com cinturões e promos, que a luta-livre nacional possui uma dinâmica diferente (dividida em rounds, para os patrocinadores), mas muita coisa tem mudado. Hoje em dia possuímos o BWF Combate, na AllTV onde podemos ouvir e ver cada história de pessoas que sobem no ringue para aplicar Power bombs e drop kicks. A tendência é continuar a melhorar. Com a vinda da WWE no Brasil, mesmo que rápida, uma legião de fãs se formou na internet e todos estão de olhos atentos. Nesse mês, voltaremos a ter luta livre brasileira na TV, com a federação Gigantes do Ringue de Michel Serdan na CNT e quem sabe não podemos sonhar também com a BWF televisionando seus shows, mesmo que através da internet?

Mas nem tudo são flores nesse novo dia. Ainda existem coisas complicadas, como Serdan e sua mentalidade de "lutador bom é lutador forte", que por sinal deve ser originária da frase de Vince McMahon "Big Guys make Big Money". Irei assistir, sem dúvidas o GdR (e recomendo a todo fã que assista e apoie) e até entendo que os lutadores fortes são bons "chamarizes", mas não consigo entender como alguém envolvido com a luta-livre por mais de 40 anos ainda não reconheça os valores dos ágeis "cruiserweights". Em uma opinião pessoal, com certeza sentirei falta disso, como muitas vezes sinto em outras federações..

Como destaque, deixo a presença da Bia, ex-CZW, que subirá aos palcos de Serdan.

É engraçado pensar que lutadores que usavam o mesmo cinturão, que era emprestado entre si, para organizarem seus shows, hoje em dia são incapazes de quebrar velhos conceitos e convidar tanta gente boa que está trabalhando por aí. Entendo que a volta a televisão pode até ser fruto do trabalho de um deles, mas seria ótimo se eles considerassem que a volta da GdR é uma vitória da Luta-Livre Nacional, ao invés de considerar uma vitória pessoal, pudessem fazer as pazes e acelerar o intercâmbio de lutadores. Mas é claro que existem muitas coisas entre o céu e a terra e quando falamos de brigas pessoais, excedemos a fronteira do explicável e compreensível.

Mas o tempo passa e muita coisa ainda há de acontecer. Enquanto isso, este escriba, um observador, continuará de olhos atentos a tudo que passa e de mãos afiadas para retratar as opiniões.

"And that’s the bottom line, 'cause Jack'..vocês já sabem!

9 Comentários "Jack-O-Mania X"

  1. Muito boa Jack-O-Mania foi uma das melhores, aliás
    L E V I
    O
    S
    E
    R

  2. Alguem sabe me dizer que dia vai começar a passar o tal gigantes no ringue na CNT?

  3. tb gostaria de saber e vcs podiam botar links para nos assistirmos ao vivo ou postarem os videos se possivel (pq nao eh em todo canto q passa cnt num eh) jack adorei o post me lembro um dioa desses meu pai me falando da luta-livre de antigamente q meu pai era fã quase chorei quando vi o estado como esta hj e fico muito feliz q a GDR vai voltar mesmo admitindo q nao excepcional mais foi a primeira luta q eu vi na vida foi GDR quando passava na gazeta

    informaçoes adicionais: para ver se a sua cidade passa a CNT entre nesse site: http://www.cnt.com.br/cobertura_mapa.php; entrem nesse site http://www.michelserdan.com.br/2008/08/26/nao-perca-no-dia-4-de-outubro-pela-cnt-a-luta-inedita-no-brasil.html para ver o novo tipo de luta (novo no brasil) q a GDR vai mostrar.

    gostaria muito q se tivesse um jeito vcs transmitissem os programas ou entao os videos

    vlw jack! ateh a proxima!

  4. Demais Jack,muitooo boa mesmo,putz,sem palavras cara

  5. Eu realmente odeio o Cena. Quero que ele nunca suba no ringue, e de preferencia seja multilado e ande de cadeira de rodas.

    Sim, Cena demonstra uma paixão no ringue. É o amor pelo wrestling, de fazer parte dessa obra surpreendente que é a WWE, a melhor federação de todos os tempos. The Rock ainda foi o melhor ator de todos os tempos. Com certeza.

    Quanto a Batista, acho ele um dos melhores lutadores da história. O cara é o cara, sempre procura aperfeiçoar o wrestling, fazendo aulas de MMA e de outros tipos de lutas apenas para misturar com o wrestling e melhorar os moves.

    Quando a feud com Shawn acho que ele foi uma merda na interpretação mesmo.

    Quanto ao wrestling nacional, eu não acompanho, então não sei de nada.

    Enfim, boas como sempre. Owen Hart e Bret Hart, quando se enfrentaram na Wrestlemania X, eu vi essa luta. Torcendo para claro, o melhor wrestler de todos os tempos, Owen Hart. Até + Jack, venho nesse blog ainda só para ver essas obras de arte.

  6. Jack boa Crônica esse blog é massa perdemos com a saida do Shawn mas continuamos indo bem....



    E outra Allyson não cante vitória antes da hora ;)

  7. Ótimo Post Jack! Texto muito claro e bem escrito.

    Acompanhei um pouco da luta livre nacional, em uma época que lutavam caras barrigudos que davam voadoras e mortais como se fossem um cara levíssimo, tipo Paul London.

    Uma pergunta: pq os lutadores brasileiros não tem vez lá fora? Como esse tal de Kafu conseguiu ter algum prestígio? Como foi a carreira dele? É verdade que ele já participou da WWE (como jobber) em shows locais?

    Abraço!

  8. parabens um dos melhores posts desse blog

  9. Opa Boemio, não havia lido o seu post (E não sei se você vai ler este, acho que não, todavia, vão as respostas):

    Os lutadores brasileiros tem uma grande desvantagem contra alemães, ingleses, mexicanos, japoneses e até mesmo, samoanos:

    Não temos federações de peso, com um número legal de fãs. Nossos shows não são gravados/televisionados/vendidos em DVD. Com isso tudo, como alguém de fora do país poderia saber sobre o que se passa por aqui? Até mesmo para nós brasileiros é difícil. Temos que garimpar e garimpar...Aliás, falando em garimpo, comprei um livro sobre Luta Livre Nacional que ainda não li.


    Bom, sobre o Kafu, ele teve que fazer como lutadores de outros países sem federações de peso, como Kofi Kingston: Arrumar dinheiro, ir para outro país e entrar em uma federação Indy. O Kofi, coitado, teve que virar "Jamaicano" (ele é natural de Gana, mas como Gana não representa "nada", preferiram dar a ele uma Gimmick "da terra do Bob Marley, onde todos são felizes")...

    Sobre o Kafu, em especial: Ele lutou na APW (All Pro Wrestling), da Califórnia. Lá ele foi Campeão Universal de Pesos Pesados por duas vezes, chegou a lutar contra o The Sandman e tomou coro.

    O tempo passou e Kafu chegou a lutar contra os Highlanders, num show da WWE, fazendo dupla com Oliver John (Foi num episódio do extinto web-show Sunday Night Heat de 4 de Março de 2007).

    Daí pra frente, Kafu ficou em Indies e em 2008 assinou com a FCW, território de desenvolvimento da FCW.

    A Bia, que é a Chyna brasileira (mina muito forte) chegou a fazer um teste pra WWE, mas como não sabia falar inglês, não conseguiu combinar os SPOTS com o parceiro de combate, lutou mal e foi eliminada. Chance ela teve, só não se preparou adequadamente.

    O KAFU tem uma Gimmick ao estilo Umaga, mas ao menos leva o nome do Brasil tanto na Gimmick (The Brazilian Beast), quanto em seu Finisher (Brazilian Crucifix).

    Também ouvi falar que o Kafu já lutou contra o Savio Vega e que apareceu na ECW, numa Handicap Match contra o Big Daddy V (e perdeu), mas eu não assisti nesse dia, infelizmente.

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